Você é do tipo de pessoa que coloca “água da torneira” para completar o nível no reservatório do seu carro? Ou que acha que o aditivo que o mecânico ou auto peça vende é somente uma forma de ganhar mais dinheiro? Saiba que você está bem enganado, e que pode estar causando sérios problemas ao sistema de arrefecimento do seu carro por conta disso.
Todos os carros com motor refrigerado a água possuem um sistema de arrefecimento composto por bomba d’água, mangueiras, um radiador (para fazer a refrigeração deste líquido) e um reservatório de expansão (onde o líquido fica acomodado). Esse líquido trabalha sob uma grande variação de temperatura e pressão a todo momento, e é imprescindível para manter o motor trabalhando na temperatura e forma correta.
Sabemos que a maior parte do motor contém componentes metálicos e de borracha/plástico. A água comum, que encontramos no fornecimento de nossas torneiras, é composta, além de sua formação normal, por minérios (oriundos da fonte de captação) e por cloro e flúor (oriundos da estação de tratamento). Ao longo prazo, esses compostos ajudam na oxidação dos metais (prejudicando a bomba d’água e rolamentos que estão em contato com essa água), além de ajudarem muito no ressecamento das borrachas e plásticos, que fazem a vedação e transporte da água pelo seu percurso.
Portanto, já sabemos que a água comum, encontrada na torneira, não é o líquido certo para utilizar no seu carro, mas toda regra tem uma exceção.
Em caso de urgência, se você precisar completar o nível de água do reservatório, use-a, mas, já se programe para fazer a troca do líquido de arrefecimento em breve.
A água correta para utilizar nos motores dos carros é a água desmineralizada (encontrada na maioria das vezes em auto peças e postos de gasolina). Essa água passa por um processo deixando-a da forma mais pura possível, retirando todos os minerais e outras substâncias encontradas nela. Mas só ela não é o correto. Porquê?
Por ser perfeita, a água congela aos 0 ºC e ferve aos 100 ºC. Nos veículos mais modernos, os motores, para ganhar eficiência (em consumo principalmente), trabalham mais quentes, geralmente com temperatura máxima entre 90 e 100 ºC, sendo uma temperatura muito próxima do ponto de ebulição da água (100 ºC), deixando uma grande possibilidade de ferver a água do motor, causando danos ao mesmo.
Entram dois pontos neste caso. A água fervida irá superaquecer o motor e consequentemente trazer danos, como queima de junta de cabeçote e até seu empenho, e em casos mais drásticos, fazer com que o óleo e água se misturem, levando a um dano maior (pistões, anéis, bronzinas e tudo o que pode ser danificado num superaquecimento do motor). O outro ponto é que ela evapora, diminuindo o nível do líquido no reservatório, forçando a repor o nível constantemente.
E para regiões com invernos rigorosos, temperaturas abaixo de 0 °C, essa água também congelaria no reservatório.
Para isso, existem os aditivos para arrefecimento, que muda as propriedades químicas da água, elevando sua temperatura de ebulição (geralmente para mais de 160 ºC) e diminuindo também sua temperatura de congelamento (geralmente para menos que -30 ºC). Com isso, é eliminado qualquer risco de congelamento ou fervura da água no circuito do sistema do motor, além de ajudar a manter a temperatura da água mais constante durante a troca de calor.
Além de terem a capacidade de mudar as propriedades da água, os aditivos possuem outros compostos que ajudam na conservação dos componentes do motor, como antioxidantes para os metais e conservantes para as borrachas, prolongando a vida útil do motor e demais componentes.
Cada motor possui uma quantidade exata de aditivo a ser utilizada na sua mistura, podendo variar de 30% a 60% da quantidade total do líquido do sistema. Geralmente essa especificação está descrita no manual de manutenção do seu veículo ou pode ser encontrada no site do fabricante do aditivo. Alguns fabricantes ainda vendem o aditivo pronto para uso (não concentrado), o qual é só aplicar diretamente no sistema do carro sem efetuar mistura alguma (composto de aditivo e água desmineralizada em proporção correta).
Ao utilizar a água correta com o aditivo, normalmente o nível do reservatório não baixa (sempre confira o nível com o motor desligado e frio, nunca abra o reservatório com o motor quente pois pode gerar queimaduras). Caso o nível baixe (o que é normal, pois ainda há uma pequena evaporação do líquido com o tempo), sempre complete o nível com o mesmo produto até chegar no nível máximo (nunca acima, mas também nunca deixe abaixo da marcação de mínimo).
Geralmente, a data de validade específica do aditivo é varia de 1 a 2 anos de uso no sistema. Após isso, recomenda-se a drenagem de todo o produto, repondo um novo no sistema. Essa validade também é feita em KM, que varia de acordo com o veículo (também especificada no manual de manutenção do mesmo). A validade sempre será do que ocorrer primeiro, quilometragem ou data de vencimento.
Cada aditivo tem uma data de validade específica, geralmente variando de 1 a 2 anos de uso no sistema. Após isso, todo o produto tem de ser drenado e colocado novo no sistema. Essa validade também é feita em km, a qual varia de acordo com o veículo, e também está especificada no manual de manutenção do mesmo. A validade sempre será do que ocorrer primeiro, quilometragem ou data de vencimento.
Se o seu sistema estiver muito sujo, recomendamos fazer uma drenagem completa do líquido e a limpeza com água pura, ou até utilizar produtos para limpeza do circuito. Durante esse processo de limpeza, muitas vezes aparecem vazamentos que até então não apareciam, mas não pense que os produtos agrediram o motor e causaram esses vazamentos. A utilização de produtos incorretos anteriormente no sistema provavelmente causaram isso, e a sujeira estava apenas cobrindo os vazamentos.
Fique sempre atento. Mantenha a manutenção em dia, faça a verificação periodicamente se o nível está da forma correta, acompanha se a temperatura do seu veículo está dentro do correto e aproveite o seu veículo por muito mais tempo!
Siga a gente no Facebook e Instagram e fique por dentro de tudo!
Fonte: Passe Carros.