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Confira as características da Nova Gasolina do Brasil.
Confira as características da Nova Gasolina do Brasil.
09/07/2020 às 11:24

Conforme determinação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a partir do dia 3 de agosto de 2020 a gasolina comercializada no Brasil terá novo padrão de qualidade. Entre as 3 novas exigências do órgão regulamentador dos combustíveis, a mais importante para o motorista é a que estabelece densidade mínima de 715 kg/m³. Em outras palavras, é quanto deve pesar um litro de gasolina: 715 gramas.

As mudanças valem para a gasolina tipo C (comum e premium, indicada pelas fabricantes de carros esportivos).

De acordo com a Petrobras, o litro de gasolina ficará mais caro, ainda não tendo uma estimativa de qual será o aumento. Por outro lado, o combustível terá maior qualidade e deixará os carros mais eficientes, reduzindo o consumo de combustível e as emissões de poluentes.

Em uma transmissão da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Anelise Lara, diretora da Petrobras afirmou: "Em termos finais de custo, acreditamos que será mais positivo, porque poderá rodar mais com menos”.

"Há previsões de que os veículos devem ter a performance melhorada, chegando a 3% ou 4% na economia de combustível", disse Everton Lopes, mentor de tecnologia da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade). Além disso, a nova gasolina ainda deve ajudar na redução de emissões. "Cada litro consumido gera uma quantidade de CO2. E, com 4% menos consumo, as emissões também caem 4%", completou.

 


Qual é a importância de se exigir densidade mínima?


Desde que se baixou seu teor de enxofre e sua elevada octanagem devido à presença do etanol anidro (25% na premium, 27% na comum), nossa gasolina já está entre as melhores do mundo. Entretanto, devido à sua adulteração por donos de postos desonestos, a sua qualidade nos postos é outra história.

Ainda não havia um padrão estabelecido para a densidade, ou massa específica (ME), fundamental para o bom funcionamento do motor. Quanto menor a densidade, maior o consumo.

Silvio Shizuo, professor de Engenharia Mecânica do Centro Universitário FEI, ressalta o benefício de se estabelecer uma densidade para a gasolina. "É importante ter a padronização, saber se está boa ou ruim. Também facilita a fiscalização", disse.

Para complicar a vida de quem “batiza” a gasolina com solventes e assim garantir um padrão de qualidade nos postos, a exigência de densidade mínima é fundamental, já que a maioria dos solventes utilizados para se adulterar a gasolina tem peso (densidade) inferior.

Para o motorista conferir se a nova exigência está sendo cumprida no posto, basta mergulhar na gasolina um densímetro calibrado entre 700 e 750 gramas por litro. Se o valor indicado for abaixo de 715, é a prova de que o combustível está adulterado.

(Todos os postos deverão disponibilizar o medidor para testar a densidade da gasolina a pedido do consumidor).

 


Octanagem vai aumentar?


Atualmente, havia um padrão de medição da octanagem chamado de MON, com octanagem mínima de 82. Agora, a gasolina também deverá seguir a metodologia RON, mais adequada aos motores modernos, com octanagem mínima de 92, subindo para 93 a partir de Janeiro de 2022.

O aumento nos octanos não deve representar um ganho no desempenho, mas sim na economia de combustível e preservação dos motores.

A gasolina comum ainda ficará abaixo do combustível premium, que passará de 91 octanos para 97, no padrão RON. Além de ser mais caro, esse combustível especial é normalmente recomendado pelos fabricantes de carros esportivos, que desenvolvem seus motores para essa octanagem mais alta.

A proporção de etanol anidro (sem água) não sofrerá alterações e segue em 27% na gasolina C (comum e aditivada) e 25% na premium.

 

A Anfavea, associação das fabricantes, diz que a nova especificação é "um avanço importante na direção dos critérios internacionais modernos".

"Estes critérios permitem que os novos motores possam ser projetados com características mais econômicas, menos poluentes e com melhor desempenho. Sem dúvida, é um passo importante na melhoria do combustível e, consequentemente, dos futuros veículos. Mesmo para os veículos atualmente em campo, a nova gasolina poderá causar menos depósitos no motor, aumentando sua vida útil", concluiu.



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Fonte: Autopapo | G1

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